Piá se reposiciona no mercado para se tornar referência na produção de iogurtes

 

Cooperativa gaúcha quer reduzir a participação do leite no

seu faturamento e aumentar dos produtos de valor agregado

 

Durante convenção de vendas realizada no final de janeiro em Gramado com a presença de 200 pessoas, a Cooperativa Piá anunciou a sua mudança de posicionamento. De uma marca de leite que também tem iogurte, a Piá passa a ser uma marca de iogurte que também tem leite. “Queremos quebrar o paradigma do leite, com novo foco de marketing e eficiência total nas operações”, resumiu o presidente da cooperativa, Gilberto Kny.

O leite sempre foi o carro-chefe da Piá desde o início da produção, em 1972, quando eram processados dois mil litros de leite por dia, até chegar aos dias de hoje, quando o volume diário ultrapassa os 600 mil litros. A partir da década de 1980, a cooperativa passou a fabricar iogurtes, e hoje se consolidou como a marca de lácteos mais lembrada e preferida no Rio Grande do Sul, conforme apontam pelo menos duas pesquisas realizadas em 2016. É nesta onda que a Piá pretende surfar, vendendo produtos de maior valor agregado e aproveitando o aumento de sua capacidade industrial a partir de março, quando a fábrica de iogurtes terá sua nova capacidade disponível para produzir.

O novo posicionamento é um desdobramento do salto dado em 2001, quando a empresa, sem se descuidar da venda de leite longa vida, passou a investir em produtos de maior valor agregado, especialmente nos iogurtes. De lá para cá, a linha de produtos vem aumentando consideravelmente, de tal forma que a Piá possui a liderança absoluta na Região Sul. É a única região do Brasil onde a liderança não pertencia às grandes multinacionais lácteas, mas a uma forte marca regional.

Nos últimos anos, a Piá tem aumentado o seu faturamento anualmente, chegando a R$ 708 milhões no ano passado. Entre os segredos da marca para os resultados positivos está o incentivo aos produtores da cooperativa, que recebem toda a assistência técnica e a garantia de compra, com valores bem acima da média estabelecida pelo Conselho Estadual do Leite – Conseleite.

No campo, nos últimos seis anos, a Piá modernizou o trabalho de fomento e assistência técnica junto ao agricultor. Entre as ações realizadas está o ingresso no Programa Alimento Seguro – PAS, que capacita os técnicos que trabalharão nas ações focadas na qualidade do leite e a criação do Programa de Gestão de Propriedade e Capacitação de Produtores, com um time de especialistas em produção animal, nutrição animal e sanidade animal que prestam assistência aos produtores, e profissionais que dividem conhecimentos sobre melhorias na gestão da propriedade, focando na produtividade, qualidade do leite e rentabilidade.

Outro fator que contribui para o crescimento constante da empresa é a preocupação com a qualidade de seus produtos. Além de investir permanentemente em novos maquinários e embalagens, a cooperativa mantém controles rigorosos em todas as etapas de fabricação. Resultado: a marca tem um dos maiores índices de fidelização junto aos consumidores da Região Sul do Brasil.

Entre as novidades da indústria estão equipamentos com tecnologia de ponta, como os instalados no laboratório da Piá para o controle de recepção da matéria prima. Modernos e precisos, eles fazem mais de 100 mil análises por mês, com todos os procedimentos necessários exigidos. “É um controle de segurança e precisão e, além disso, muito veloz”, explica o presidente da Piá, Gilberto Kny, que completa: “Antes, os resultados demoravam entre 30 e 40 minutos para ficarem prontos. Hoje, sai em até três minutos”.

As novas embalagens aumentaram a vida útil do produto de 45 para 60 dias, o que gera um diferencial competitivo maior para a marca, pois pode vender mais longe, além de melhorar a qualidade da bebida e dar maior segurança para o consumidor.

Segundo Gilberto Kny, a indústria do leite da Piá está altamente modernizada e competitiva através do uso de tecnologia de ponta e processos inovadores que visam a qualificação de todos os processos e produtos. “Já trabalhamos com uma máquina que faz o controle nos caminhões transportadores, através de processos automatizados que medem a temperatura, o volume do leite, registro documentado e promovem um controle maior da fábrica. Aliás, é importante frisar que todas as rotas possuem GPS que monitoram as linhas da Piá”.

E os investimentos não param por aí. Em 2013, a Cooperativa inaugurou a indústria de processamento de frutas, que ampliou a capacidade na linha de produção de polpa de frutas, que era de 2,5 toneladas / hora, para 10 toneladas hora, e o Centro de Distribuição (CD) localizado em Ivoti, que vai agilizar o abastecimento do Vale do Sinos e Grande Porto Alegre e movimentar 2,5 mil toneladas de produtos, entre leite, iogurtes, achocolatados e queijos.

Para o presidente, a Piá é um grande instrumento a serviço da viabilização social e econômico de pequenos e médios agricultores associados. “Há garantia comercial da venda dos produtos e na prestação de serviços técnicos permanentes, para que eles tenham novos conhecimentos, novas tecnologias, tendo propriedades competitivas e viáveis economicamente”, enfatiza Kny.

De acordo com Kny, a localização da cooperativa é estratégica, pois está próxima da região metropolitana de Porto Alegre. “Mais de 40% da população gaúcha está a menos de 90 quilômetros da nossa indústria, o que nos deixa fortalecido comercialmente”, explica.

Para seguir conquistando o mercado, mantendo a fidelidade de seus mais de 4 milhões de consumidores, a Piá agora prioriza o mercado de iogurtes e a ampliação da participação em Estados como Santa Catarina, Paraná e São Paulo, onde a marca já está nos refrigeradores das principais redes supermercadistas.